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Estreámos o novo forno!

Estreámos o nosso novo forno na Quinta das Alagoas! De véspera preparámos o fermento de padeiro, juntando-o a água quente e farinha e deixámos a levedar durante a noite. No dia seguinte acendemos o forno pela manhã, com as indicações preciosas da da nossa amiga Leontina.

Enquanto o forno aquecia amassámos. Foi um trabalho a seis mãos! Manipular 5kg de farinha requeria muita energia! A nossa colaboradora Delma também ajudou muito.

Como fizemos o pão:

1) Juntámos à farinha o fermento que levedou durante a noite (15g),

2) Regámos a farinha com uma tigela almoçadeira com água morna e sal diluído

3) Demos umas voltinhas à farinha para ela ir incorporando os elementos líquidos devagar.

4) Despejámos lentamente mais uma tigelinha com água onde diluímos mais 15g de fermento de padeiro

5) Começámos a dar voltas à massa que ainda se colava às nossas mãos

6) A partir daqui teve de ser a Delma a socar a massa com toda a sua força e a revirá-la para ganhar consistência

Depois de benzida, a massa ficou a descansar, embrulhada em várias mantas para crescer…

Benzedura como a Bárbara a fazia com a ama e a avó dela:

Santo, santo nome de Jesus (desenha-se uma cruz em cima da massa)

onde está o nome de Jesus não está mal nenhum (vai-se furando as quatro partes do pão e a central para prefigurar as cinco chagas de Cristo)

Depois da lenha transformada em brasas, aborralhámos o forno estendo as brasas pela sua superfície. Para testar a temperatura do forno observamos a côr branca do seu interior. Quando nos pareceu que a temperatura era já uniforme, puxámos as brasas para a porta e para as paredes laterais junto à boca do forno. Atirámos farinha para o pavimento, mas como esta ardia, tivemos de o arrefecer, molhando as “barbas” em água (pedaços de pano de umas calças de ganga, presos por um arame na ponta de um pau).

Depois de tendidos, os pães foram colocados sobre folhas de palma e postos dentro do forno.

A Leontina fez depois a benzedura, como a mãe e avó dela já faziam:

Cresça o pão no forno

As alminhas no céu

e bem na casa de quem não tem

e na minha também

para sempre amén

E depois fez-se a cruz com a pá por cima da boca do forno.

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Entretanto a Leontina também nos ensinou a fazer “Pão de Famila”, ou seja pão de família: um pedaço de farinha já levedada, batido energicamente com azeite, ovos inteiros, açucar e canela em pó. Quando se começa a bater com a mão de dedos abertos, a consistência parece ser a da filhós, mas vai ganhando consistência e por fim fica com uma textura semelhante à do pão, mas mais mole.

Fomos espreitando e como o pão já ganhava côr, aproveitámos para também cozer batata-doce que rouba calor ao pão.

Depois foi só esperar e em menos de uma hora tínhamos o pão cozido para o almoço! E que boa tiborna fizemos com sal, azeite, alho e coentros, para acompanhar uma bela liça grelhada!

 

 

As aves de rapina juvenis e as torres dos parques eólicos

Um dos trabalhos do nosso amigo biólogo Ricardo e dos seus colegas de equipa é a identificação e protecção das aves de rapina juvenis que, em especial no outono, durante a primeira migração para sul, povoam a zona de Sagres.

Em caso de perigo o despacho da empresa operadora do parque eólico é alertado por comunicação prioritária e as torres são paradas enquanto as aves permanecerem em risco.

No passado dia 13 de Setembro fizemos-lhe companhia durante algum do seu tempo de turno num dos postos de observação e avistamos uma águia calçada!

Os nossos hóspedes amantes de aves adoram ficar aqui porque de manhã podem observar das janelas dos quartos vários passariformes e, um pouco mais tarde, quando as correntes térmicas garantem já uma boa sustentação, as aves de rapina pairam no ar deixando-se ver com facilidade e proximidade: águias calçadas, águias cobreiras, falcões peregrinos, etc.

Várias vezes observamos ao fim da tarde várias cenas de caça na quinta com mergulhos picados sobre as presas!

 

 

Apanha dos figos e almeixar na Quinta das Alagoas

Desde meados de Agosto que temos andado na apanha do figo e por isso não temos tido muito tempo para dar notícias.

Cestos com figos

Durante a apanha colocamos em diferentes recipientes os figos conforme o seu tipo: os mais maduros vão para um lado, os ainda verdes para outro e separamos ainda os bicados pelos pássaros que são bons para pasta de figo.

Depois de apanhados os figos foram colocados nas esteiras de funcho, feitas por nós e pelo sr. Adelino. Embora tradicionalmente as esteiras fossem enroladas à noite e desenroladas de manhã, optamos por cobrir os figos todas as noites com cartão e plástico para os proteger das branduras (termo usado por aqui para designar as humidades noturnas), por não termos mão-de-obra.

De manhã foram destapados, virados e também separados pelos diversos estados de maturação.

Entretanto se não fosse a ajuda da nossa neta o que seria das flores da horta, com toda a gente ocupada com os figos?!

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*Designa-se por Almeixar o conjunto das esteiras com figos a secar.

 

Horta adaptada a pessoas com mobilidade reduzida

Estamos a preparar a nossa horta para pessoas com mobilidade reduzida!

Para além das passadeiras para facilitar a circulação com cadeiras de rodas construímos agora dois canteiros elevados, de forma a facilitar o trabalho a pessoas com mobilidade reduzida, uma plataforma e uma pérgula para protecção do vento e sombra.