Explosão de cordas na Quinta das Alagoas

Depois de termos celebrado há um mês o início do Verão na noite de S. João com a música medieval e mediterrânica do Ensemble Med, festejamos o primeiro terço do Verão com uma explosão de cordas!

Nada menos do que 20 alunos da 8ª edição do Estágio Internacional de Cordas da Academia de Música de Lagos, à qual agradecemos, mostraram o seu talento em 8 peças que nos encantaram.

O concerto começou com uma peça de Vivaldi pelos mais jovens alunos, continuou com a professora Sunita Mamtani e os alunos interpretando J. Hetfield e L. Ulrich, um dueto de viola de arco com o professor Paul Wakabayashi e Catarina Olaio (Bach), cinco cordas mais a solista Mariana Viegas (Bach) ao qual se seguiu uma verdadeira procissão de violoncelos e contrabaixo, com o professor Paulo Gaio Lima e os solistas Marco Madeira, Joana Rosa e António Bento interpretando obras de Vivaldi, Shostakovich e M. Falla. O nosso pequeno palco teve de ser aumentado para poder acomodar 6 violoncelos mas fomos amplamente recompensados, por toda a produção musical e o final apoteótico com a Dança Ritual do Fogo.

Queríamos agradecer a todos os professores e em particular ao professor João Pedro Cunha pela impecável orquestração com que os vários ensembles se sucederam em palco sempre sob o seu olhar terno e atento.

Continuamos assim a promessa de um concerto mensal na Quinta das Alagoas num conceito de grande proximidade e comunhão entre os músicos e o público.
No final do espectáculo houve uma prova de vinhos e mimos gastronómicos portugueses. Quisemos juntar a um festival de cordas cheio de juventude, um festival de sabores mais maduros.

Provamos um queijo de Serpa de longa cura e pasta dura, feito com leite cru de ovelhas e pastos do produtor, cardo e sal. Este queijo tão excepcional foi acompanhado por um grande branco especial, também alentejano, com estágio em madeira, encorpado, com volume e acidez suficiente para trabalhar a gordura do queijo.

Prova

Para quem não aprecia o branco ou quis continuar com outra companhia para o presunto, os figos e as frutas, tivemos duas escolhas de tintos jovens do Douro, frutados, sem estágio em madeira, não muito alcoólicos e boa acidez, que também acompanharam bem o queijo de Serpa. Um deles, o Papa-figos, escolhemo-lo por razões sentimentais, pois lembra o pássaro que em breve deixará o Douro vinhateiro, onde chegou na Primavera, para estagiar no Algarve no final do Verão, antes de partir para África.

Quem sabe? Talvez os Papa-figos nos façam companhia aqui, num próximo festival de figos…

Queijo: Queijo de Ovelha Curado, Envelhecido, da Queijaria Artesanal do Almocreva (edição limitada), lote fabricado em Maio de 2014.

Vinho Branco: Esporão Private Selection 2013, Esporão (Alentejo)

Vinhos Tintos: Quinta dos Arciprestes, Real Companhia Velha, (Douro) e Papa Figos, Sogrape, (Douro), ambos de 2013