O período romano

Quinta das Alagoas - History_Page_09_Image_0001As primeiras referências escritas na antiguidade ao extremo do barlavento algarvio surgem no século VI AC na Ora Marítima, onde o autor, o poeta romano Rufio Festo Avieno, alude ao cabo de S. Vicente como: “o cabo Cinético, onde declina a luz sideral, emerge altaneiro como ponto extremo da rica Europa, e entra pelas águas salgadas do Oceano povoado de monstros. (…) Segue-se um promontório, que assusta pelos seus rochedos, consagrado a Saturno. Ferve o mar encrespado e o litoral rochoso prolonga-se extensamente”. No séc. IV AC Éforo, um geógrafo grego, refere a existência de um santuário no cabo de S. Vicente mas Estrabão, historiador e geografo grego que viveu no I séc. AC, que refere o cabo de S. Vicente como o Promontório Sagrado, indica que no seu tempo já não existiam vestígios desse santuário.
Durante o período romano o cabo de S. Vicente manteve o nome de Promontorium Sacrum nas obras de Plínio, Pompónio Mela e Ptolomeu.
Para além de Silves, a principal área de povoamento romano no barlavento algarvio estaria localizada entre a Boca do Rio e Lagos. A povoação de Lagos, Lacobriga, é pela primeira vez referida em 41 DC por Pompónio Mela, um autor hispânico. A villae da Boca do Rio, cujos mosaicos se encontram hoje no Museu Municipal de Lagos, era um complexo pesqueiro com porto, balneários, armazéns e fábrica de salga de peixe. A extensa olaria do Martinhal estava especializada na produção de ânforas destinadas ao transporte de salgas. Dignos ainda de nota são o balneário e a salga na praia da Luz.
Os vestígios mais antigos na Quinta das Alagoas, um peso de lagar e uma arcada em tijolo na base da parede norte da mina de água, revelam uma provável origem romana.