As diversas zonas mineiras da Península Ibérica, ricas em cobre e estanho (os materiais que constituem o bronze) e em metais preciosos como a prata e o ouro adquiriram progressivamente grande importância no Mediterrâneo, justificando o aumento da atividade comercial, sobretudo no último milénio AC. No concelho de Aljezur são dignas de nota as necrópoles da Idade do Bronze de Vale da Telha e a necrópole já referida de Corte Cabreira. A região onde se encontra a Quinta das Alagoas situa-se no extremo sudoeste do continente europeu, numa zona cruzada pela navegação costeira que liga o Mediterrâneo ocidental à fachada atlântica europeia desde os tempos pré-históricos. Esta região terá sido ocupada no Bronze Final – I Idade do Ferro pelos Cinetes, que partilhavam com os Cónios, mais a oriente, a ocupação do Algarve. Em necrópoles na região de Bartolomeu de Messines e na necrópole da Fonte de Velha, em Bensafrim, foram encontradas estelas decoradas com a mais antiga escrita conhecida do ocidente europeu, a escrita do sudoeste, ainda hoje não totalmente decifrada.
A partir do séc. VIII AC os fenícios instalam diversas colónias e feitorias, nomeadamente na Rocha Branca (Silves), Ferragudo e Vila Velha de Alvor, deixando a sua influência na legendária Tartessos (região de Cádis) e Balsa (hoje Tavira). Para além do comércio divulgam novas tecnologias metalúrgicas, a roda de oleiro, a produção de azeite e de vinho, a tinturaria e novas técnicas de exploração de minério. A sua influência viria a ser substituída pelos cartagineses. A chegada a partir do séc. V AC de populações de origem celta deu origem à II Idade do Ferro. Datará desta altura a primeira ocupação do Monte Molião, em Lagos, junto à rotunda de acesso à Marina e à Meia-Praia, provavelmente contemporânea da necrópole da Quinta da Queimada, situada junto à Meia-Praia. A ocupação romana substituiu a influência cartaginesa neste povoado a partir do séc. II AC e poderá corresponder à Lacobriga dos textos clássicos. Este povoado, que assumiu grande importância e de onde as escavações arqueológicas inventariaram mais de 10.000 peças, viria a ser abandonado no séc. II da nossa era, substituído pelo povoamento da zona onde hoje se situa o centro histórico de Lagos.