Todos os artigos de Fernando Pimenta

A Quinta das Alagoas participou na 7ª Edição do Festival de Observação de Aves e Actividades da Natureza

De que cor é o Sol? Porque é que o céu é azul? Porque é que o pôr-do-sol é vermelho? Porque é que as nuvens são brancas? Como se forma o arco-íris? O que é a polarização do céu? Como é que as aves se orientam pelo Sol, pelo céu, pelas estrelas e pelo campo magnético?

A Quinta das Alagoas convidou os participantes a fazer algumas experiências e a ouvir respostas para estas perguntas!

A atividade terminou com uma observação segura do Sol por projeção e através de um telescópio solar:

Fotosfera e manchas solares (observação em luz visível, por projeção)
Cromosfera, filamentos e protuberâncias (observação pelas emissões na banda de Hidrogénio alfa)

JAzz na Eira

O consagrado trompetista Hugo Alves, fundador e diretor artístico da Orquestra de Jazz do Algarve, apresentou-se em Trio com os músicos James Mellor no piano e Luís Henrique no contrabaixo, para um grande momento de Jazz na Quinta das Alagoas: o nosso primeiro concerto na Eira!

Numa noite espectacular de Verão, sem vento após um sueste fraco durante o dia, Hugo Alves proporcionou-nos um concerto intimista onde se exploraram suaves sonoridades de alguns standards como Summertime, All The things You Are, You Don’t Know What Love Is, ou ainda Body And Soul. Grandes Standards do cancioneiro americano, complementados por alguns temas originais de Hugo Alves como Waiting Without Knowing Why, e ainda, o tema original que compôs inspirado por este magnífico local, e que tem por título Alagoas.

 

Noite de Violoncelos na Quinta das Alagoas

Nova noite encantatória de violoncelos na Quinta das Alagoas! Integrado no IX Festival Internacional de Cordas da Academia de Música de Lagos trouxemos, tal como em Julho do ano passado, “Às Quartas na Quinta” uma explosão de cordas de Violoncelos com os melhores alunos do Festival. Foram tocadas obras de Haydin, Beethoven e Vivaldi e contamos com a participação do Professor Paulo Gaio Lima. O concerto terminou com a Chaconne em Sol menor de Tomaso Vitali executada pelos professores João Pedro Cunha, Henrique Ramiro, Paul Wakabayashi, Paulo Gaio Lima e pela solista Juliana Garcia.

Bravooo! Ângela Silva e João Rosa encantam a Quinta das Alagoas

No passado dia 18 Junho celebrámos o início do Verão e a Lua Rosa que este ano coincidiu com o solstício de Verão com um belíssimo concerto sobre o Amor com a soprano Ângela Silva e o pianista João Rosa.

Com um programa variado com peças de Handel, do compositor português Francisco Lacerda e, ainda, Mahler, Puccini, Duparc e Gounod, a Ângela cantou e encantou, com o seu sentimento, voz potente e dramatismo, uma plateia que se emocionou até às lágrimas, em particular com as peças de Mahler e Puccini. A Ângela foi soberbamente acompanhada ao piano pelo João Rosa. A ambos pela sua qualidade e simpatia queremos agradecer publicamente!

Celebramos com as Quatro Estações de Vivaldi o início da Primavera na Quinta das Alagoas

Um momento musical único na Quinta das Alagoas: o canto dos pássaros, o murmúrio das fontes, as trovoadas, o ladrar dos cães, o torpor do Verão, o roçar das brisas e o rugir do ventos. Nos nossos olhos dança ainda a alegria da festa das colheitas e o rodar do vinho. Vêm-nos à memória os sons das trompas de caça, o cair da neve e as bátegas de água nas vidraças.

As Quatro Estações de Vivaldi, e os quatro sonetos que as integram (também de Vivaldi), descrevem admiravelmente os vários quadros da natureza inerentes a cada uma das Estações do ano. Para potenciar ainda mais a experiência musical, Vivaldi mandava exibir pinturas, e os próprios sonetos, no decorrer das performances destes quatro concertos de violino.  Durante a execução deste Concerto exibimos igualmente imagens e os sonetos de Vivaldi.

Um muito obrigado aos músicos:

Violino Solista Principal – João Pedro Cunha
Violino I solista – José Nuno Matias
Violino II solista – Mariana Viegas
Viola solista – Pedro Oliveira e Sá
Violoncelo solista – Bárbara Santos
Contrabaixo solista – Fabiana Vicente
Cravo – Elsa Mathei

E à prof. Amélia Viegas, que projectou as imagens e os sonetos de Vivaldi

 

Eduardo Ramos na Quinta das Alagoas

Eduardo Ramos maravilhou-nos com a sua voz, com os poemas e com as histórias que nos contou em torno das peças musicais que tocou com Rui Afonso.

Nos tempos conturbados em que vivemos achamos da maior importância dar relevo a três culturas fundamentais que estão na raiz cultural europeia. São culturas com um passado e origens próximas que durante períodos longos souberam viver juntas, particularmente neste grande cabo de Sagres onde a Quinta das Alagoas se encontra. Pensamos que nos dias de hoje os valores da diversidade cultural são mais importantes do que nunca. Por isso saudamos Eduardo Ramos e Rui Afonso que neste Concerto para as 3 Culturas interpretaram peças musicais das Culturas Árabe, Cristã, e Judia Sefardita do sec. XII, assim como peças instrumentais de autoria de Eduardo Ramos.

A jazzar os standards na Quinta das Alagoas

Um passeio pela história do Jazz com interpretações cheias de criatividade e experiência de Zé Eduardo e Hilária Kramer. Começando em Duke Ellington, passando por músicas de filmes todos conhecemos como Cheek to Cheek, Moon River, Meglio Stasera, Somewhere over the rainbow ou Chim Chim Cher-ee e terminando nos grandes compositores de Mingus a Gillespie e nas influências no Jazz dos ritmos de outras paragens.

No final fizemos uma prova de vinhos de Trás-os-Montes, Douro e Alentejo, queijos e requeijão de Serpa e  inúmeras iguarias da Quinta das Alagoas:

Paté de amêndoa com manjerona e gengibre. Paté de nozes com coentros. Pão de espelta e pão de centeio (farinha biológica). Cenoura roxa à algarvia e cenouras de coentrada. Palitos crus de rábano, talo de couve, nabo e cebolinho.

Figos ao natural com amêndoas torradas e morenas. Grão-de-bico à moda da avó Rosa. Marmelada da Tia Piedade. Delícia oriental (doce de abóbora com gengibre). Delícia brasileira (doce de abóbora com côco). Bombons tradicionais de Figo, chocolate e funcho.

Valsando no Ano Novo com Paulo Galvão

Foi com as notas esvoaçantes da guitarra de Paulo Galvão e as músicas de Fernando Sor, Joseph Kuffner, Paulo Galvão, Luigi Legnani, Julio Sagrera, Mauro Giuliani, Heitor Villa-Lobos, Johannes Brahms e, terminando com toda a emoção, de Francisco Tárrega, que iniciamos a temporada musical na Quinta das Alagoas!

No final do espectáculo foi servido um menu “detox” com produtos da Quinta e queijos de Serpa e de Idanha, acompanhados por vinhos do Douro e do Alentejo.

O “Triops vicentinus” e os charcos temporários de Vila do Bispo

O “Triops vicentinus“, verdadeiro fóssil vivo,  é uma espécie endémica que só existe nos charcos temporários do concelho de Vila do Bispo. Contemporâneo dos dinossauros, existe há mais de 200 milhões de anos desde o Triássico Superior – Jurássico Inferior. O género Triops é assim chamado pelo facto de possuir 3 olhos. A espécie vicentinus foi identificada em 2010. Estes animais podem chegar a atingir 7 cm e na sua primeira fase de vida são filtradores, terminando a sua vida como predadores carnívoros, alimentando-se principalmente de insectos.

No passado dia 13 de dezembro a Quinta das Alagoas assistiu a uma sessão pública de apresentação do projeto LIFE Charcos – Conservação de Charcos Temporários na Costa Sudoeste de Portugal, no Centro de Interpretação de Vila do Bispo e visitou um dos charcos temporários onde teve a oportunidade de observar ao vivo diversos indivíduos desta espécie de crustáceos de água doce, que aí depositam os seus ovos, resistentes à fase seca, que eclodem com as primeiras chuvas. Os ovos resistem também aos ácidos gástricos dos herbívoros e s-ao transportados nas fezes do gado, povoando assim outras zonas alagadiças.

Também os camarões-fada são outra atracção destes charcos com o seu ciclo curto de 15 dias de vida.

Mas a flora não fica atrás e oferece espécies bem interessantes como o cardo-das-lagoas, uma planta com folhas ocas e carnudas, durante a fase em que o charco está inundado, que se transformam em folhas espinhosas durante a fase seca.

A preservação dos charcos temporários é essencial para a sobrevivência destas espécies e é perfeitamente compatível com as actividades de agricultura e pastorícia ‘tradicionais’.

Estreámos o novo forno!

Estreámos o nosso novo forno na Quinta das Alagoas! De véspera preparámos o fermento de padeiro, juntando-o a água quente e farinha e deixámos a levedar durante a noite. No dia seguinte acendemos o forno pela manhã, com as indicações preciosas da da nossa amiga Leontina.

Enquanto o forno aquecia amassámos. Foi um trabalho a seis mãos! Manipular 5kg de farinha requeria muita energia! A nossa colaboradora Delma também ajudou muito.

Como fizemos o pão:

1) Juntámos à farinha o fermento que levedou durante a noite (15g),

2) Regámos a farinha com uma tigela almoçadeira com água morna e sal diluído

3) Demos umas voltinhas à farinha para ela ir incorporando os elementos líquidos devagar.

4) Despejámos lentamente mais uma tigelinha com água onde diluímos mais 15g de fermento de padeiro

5) Começámos a dar voltas à massa que ainda se colava às nossas mãos

6) A partir daqui teve de ser a Delma a socar a massa com toda a sua força e a revirá-la para ganhar consistência

Depois de benzida, a massa ficou a descansar, embrulhada em várias mantas para crescer…

Benzedura como a Bárbara a fazia com a ama e a avó dela:

Santo, santo nome de Jesus (desenha-se uma cruz em cima da massa)

onde está o nome de Jesus não está mal nenhum (vai-se furando as quatro partes do pão e a central para prefigurar as cinco chagas de Cristo)

Depois da lenha transformada em brasas, aborralhámos o forno estendo as brasas pela sua superfície. Para testar a temperatura do forno observamos a côr branca do seu interior. Quando nos pareceu que a temperatura era já uniforme, puxámos as brasas para a porta e para as paredes laterais junto à boca do forno. Atirámos farinha para o pavimento, mas como esta ardia, tivemos de o arrefecer, molhando as “barbas” em água (pedaços de pano de umas calças de ganga, presos por um arame na ponta de um pau).

Depois de tendidos, os pães foram colocados sobre folhas de palma e postos dentro do forno.

A Leontina fez depois a benzedura, como a mãe e avó dela já faziam:

Cresça o pão no forno

As alminhas no céu

e bem na casa de quem não tem

e na minha também

para sempre amén

E depois fez-se a cruz com a pá por cima da boca do forno.

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Entretanto a Leontina também nos ensinou a fazer “Pão de Famila”, ou seja pão de família: um pedaço de farinha já levedada, batido energicamente com azeite, ovos inteiros, açucar e canela em pó. Quando se começa a bater com a mão de dedos abertos, a consistência parece ser a da filhós, mas vai ganhando consistência e por fim fica com uma textura semelhante à do pão, mas mais mole.

Fomos espreitando e como o pão já ganhava côr, aproveitámos para também cozer batata-doce que rouba calor ao pão.

Depois foi só esperar e em menos de uma hora tínhamos o pão cozido para o almoço! E que boa tiborna fizemos com sal, azeite, alho e coentros, para acompanhar uma bela liça grelhada!