As atividades agrícolas da Quinta das Alagoas realizam-se em modo de Agricultura Biológica pelo que a nossa maior proteção relativamente a pragas e doenças consiste na consociação, na rotação de culturas e na utilização de produtos fitossanitários caseiros e tradicionais da zona com por exemplo chorume de urtigas para afastar as lagartas das couves ou cinzas de lenha de amendoeira para proteger o alho ou, ainda, dar cerveja a beber aos caracóis e às lesmas em pequenos recipientes (o “bar das lesmas” como nós chamamos…) para as afastar das plantas que elas costumam atacar.
Se gostar pode participar na nossa laboração, mês a mês, quando vier ter connosco por um fim-de-semana ou durante umas pequenas férias em que deseje colaborar nas nossas atividades.
Também pode convocar um grupo de amigos para participar numa “minga,” que é uma jornada de ajuda nas atividades do campo.
A seguir vão exemplos do que faremos juntos mês a mês:
JANEIRO:
Em Janeiro pode colaborar na lavoura ou semear cenoura, couve e feijão, gipsófila, zínias ou, ainda, fazer viveiros.
Continuamos a poda das árvores e entretanto recolhemos as pastinagas
FEVEREIRO:
Em fevereiro se desejar venha transplantar cebolas, semear pimento pepino e transplantar amores-perfeitos para junto das alfaces, porque se dão muito bem.
Fizemos viveiros de cebolinho, tomate, nabo, beterraba e cenoura.
A nossa grande ajuda na monda dos campos são os nossos vizinhos amigos: porcos, bezerrinhos e vaquinhas!
Mas por que eles não podem fazer tudo, temos um novo ajudante mecânico na nossa horta!
MARÇO:
Em março venha preparar a terra para receber a consociação milho / abóbora / feijão anão ou corte as canas connosco para as estacas que hão de sustentar o tomate rosa a transplantar.
Em apenas 18 dias as sementinhas já germinaram e estão bem crescidinhas! O cebolinho nasce dobrado, espreguiça-se e fica todo despenteado!
E as amendoeiras que floriram em Fevereiro, continuam ainda lindíssimas, mas sem dúvida que a amendoeira da espécie Bonita, para além de dar as amêndoas mais saborosas, ganha o concurso de beleza!
ABRIL:
Em abril precisamos muito de si para mondar e sachar os campos, para transplantar cebolo ou beterraba ou fazer mais viveiros de pepino e tomate, retirar os “ladrões” das árvores e semear melão e melancia bem longe um do outro porque fazem má vizinhança.
Graças ao amável acolhimento dos Engºs. João Costa e Armindo Rosa da DRAPALG no CEAT, foram-nos cedidas podas de catorze variedades de figueira, bem como as respetivas fichas técnicas, para darmos início ao futuro museu vivo do figo na nossa quinta.
A nossa visita ao CEAT de Tavira:
Recolha das podas, modo de aparar a poda, cortando até que fique um olho branco pequeno.
As podas foram envasadas e etiquetadas.

As podas das nossas figueiras côteas, borjassotas e enxárias também ficaram ao pé.

Em Abril a nossa vizinha Leontina veio ajudar-nos a fazer o Folar tradicional da Páscoa, como se pode ver:
MAIO
Em Maio não se esqueça de aparecer para colaborar connosco e com as vacas na limpeza dos matos, enxertar amendoeiras ou semear trepadeiras.
Começamos a construir canteiros elevados para que as pessoas com mobilidade reduzida possam trabalhar na horta.

O feno foi cortado,
e, depois de bem seco, foi enfardado
E já serviu para a cobertura de solo na horta…
Depois das flores de Fevereiro, as amendoas já começaram a aparecer.

Os tomateiros foram armados
E os primeiros damascos estão óptimos!
JUNHO
Em Junho colhemos o cereal e arrumámo-lo na terra, parecia ouro puro a brilhar ao sol. As acelgas continuam exuberantes e muito saborosas.
Na sexta feira, como manda a tradição, perto do solstício de verão, colhemos os alhos com a bênção de S. João… Mas deixámos alguns ao pé das rosas para que elas não se sintam sózinhas.
JULHO
No Jardim de Comer:
Em Julho as batatas doces continuaram a crescer e a nossa experiência com quiabos surpreendeu-nos: de crianças passaram a adolescentes, prestes a dar sementes!
O feijão cutelinho dá sem descanso, e nós não nos fartamos de o comer… que bom que é, parece que tem manteiga!
Os cravos túnicos continuam a proteger o tomate rosa e o tomate cereja. Não há bicho que lhes chegue!
As estacas das figueiras burjaçotas envasadas no início do ano já têm figuinhos!
Chegou a altura de destroçar os matos para evitar incêndios, mas deixando-os triturados a fazer cobertura de solo e também de pôr palha entre os camalhões para para manter a terra húmida e poupar água.
Esta exuberância de flores deslumbra quem nos visita… assim como o piri-piri encanta quem prova montadinhos de beringelas com tomate cereja!
Na Horta do Sapo Mourinho:
Milho de duas sementeiras e feijão catarino da região, semeado na Lua escura de Maio
Consociação de feijão anão para semente entre os regos de milho, com abóboras na bordadura.
O milho mais velho já tem maçarocas com “leite”… deliciosas ao natural ou assadas!
A experiência com mandioca foi um sucesso! E depois temos beringelas…
Cebolas, nabos e pimentos
Racionalizámos a rega e já temos camalhões para as novas culturas.
AGOSTO
O funcho para assar já está bom para apanhar e o piri-piri mostra toda a sua exuberância.
Os quiabos ficaram ótimos!
Os nossos amigos ajudaram-nos a apanhar o tomate cereja, os nabos e as cebolas!
Mas o mais interessante foi o funcho, apanhado no escuro (Lua Nova) de Junho para não ter rebentos, secou até agora e foi a vez do sr. Adelino nos ensinar a construir um tear e a fabricar esteiras de funcho:
Que cheiro maravilhoso têm estas esteiras! Agora os nossos figos podem ficar a secar bem protegidos pelo funcho que também lhes vai acrescentar um cheiro bem algarvio!

E o tear tem feito os encantos tanto dos mais velhos como dos mais novos!
SETEMBRO
Continuamos a apanhar os figos, que deixamos secar nas figueiras, com a ajuda de alguns amigos madrugadores.
Continuamos a utilizar as esteiras de funcho, que enrolamos com os figos ao fim do dia para proteger da humidade e desenrolamos aos primeiros raios de sol.
Infelizmente as primeiras chuvas do final do Verão e início do Outono não nos deixaram completar toda a tarefa.
Com o equinócio de Outono chegou a altura da apanha das alfarrobas!
As esteiras de funcho voltaram a mostrar-se muito úteis. Desta vez para fazermos as tulhas para as alfarrobas que toda a gente ajudou a transportar e ensacar.
OUTUBRO
Chegou a altura de apanhar as batatas doces!
DEZEMBRO
Chegou a altura de começar a podar as árvores!
Começamos pelas figueiras, tendo o cuidado de deixar os cortes com as arestas arredondadas. As ferramentas foram desinfetadas antes de passar para a árvore seguinte, de forma a não transmitir doenças entre as figueiras e os cortes foram cobertos com argila para garantir uma boa cicatrização.
Na véspera de Natal, como manda a tradição, avó e neto fizeram as filhós com receita da nossa costela beirã, mais precisamente de Passos da Serra, concelho de Gouveia.
Consulte o nosso site todos os meses e verá que temos sempre propostas novas.
Mas se anda com sonos atrasados venha na mesma ter connosco e fique a preguiçar debaixo de uma árvore ou ao sol, por entre os malmequeres ou deitado na areia da praia de Burgau que é abrigadinha e soalheira.