No séc. IX os navios normandos descem a costa atlântica e pilham a Galiza e a Hispânia muçulmana, em particular a região do Guadiana e do Guadalquivir. Os mouros da Andaluzia, do Algarve e de Lisboa sobem rumo às costas a norte do Mondego e pilham a Galiza. Em 966 a frota militar islâmica derrota e afunda piratas normandos que tentavam subir o rio Arade. O poder naval da Catalunha permite-lhe repelir as ameaças no mar e transforma-a num dos focos ibéricos de navegação mediterrânea a par da Biscaia e do Al-Gharb-Al-Andalus.
Nos poucos mapas conhecidos que reconstituem as rotas marítimas comerciais da costa atlântica nesse tempo aparecem traçadas as rotas de galés genovesas e venezianas entre Gibraltar e a Mancha. Foi descendo esta rota que a segunda e terceira cruzadas participaram na conquista cristã de Lisboa e de Silves.
A indústria da pesca e o comércio marítimo enraíza-se em Portugal desde o séc. XII e é testemunhado pela presença de mercadores portugueses na Macedónia, em Marselha e, sobretudo para norte, em Lille, Bruges e na Inglaterra. Só no ano de 1226 o soberano inglês concede mais de cem salvo-condutos a mercadores navais portugueses. Em 1293 os mercadores portugueses formam uma comuna para o comércio para a Europa setentrional, dispondo de fundos na Flandres, em Lisboa e outros locais. A pesca, nomeadamente do atum, e o sal são os principais produtos transportados. Nos séc. XIII e XIV Lagos consagra-se com êxito à pesca da baleia e atum. Os pescadores portugueses frequentam as águas marroquinas e, a partir do séc. XV, as Canárias e Rio do Ouro para apanhar focas.